Dor no Coração: Saiba o que pode representar.
No mês do coração saiba como identificar os sinais que o seu lhe pode dar.
Maio é o mês do coração e, por isso mesmo, vamos falar sobre ele. E – mais importante ainda – vamos falar sobre a dor no coração e aquilo que ela pode representar. Sim, porque (erradamente) muitas pessoas associam a dor no coração apenas ao ataque cardíaco, mas não é bem assim. Na verdade, existem várias patologias associadas e nem sempre é fácil interpretar os sinais. Hoje, apresentamos-lhe os problemas mais comuns.
DOR NO CORAÇÃO: 6 PROBLEMAS COMUNS
1. ATAQUE CARDÍACO
Ou, enfarte agudo do miocárdio. Este é uma das doenças cardiovasculares mais frequentes e ocorre quando se verifica uma redução (ou ausência) de fluxo sanguíneo, devido ao bloqueio da artéria. Entre os sintomas mais comuns verifica-se a dor no peito (também descrita como dor no coração), por uma duração igual ou superior a 15 minutos. Podem ainda verificar-se dores nos ombros, pescoço ou braços, bem como tonturas, desmaio, suores, náuseas ou falta de ar. No entanto, há também casos em que não se sentem quaisquer sintomas. É o chamado enfarte do miocárdio/ataque cardíaco silencioso.
Neste tipo de situação pode o coração parar de bater, se presenciar uma situação destas sabe como atuar?
Junte- se a nós e venha aprender a identificar uma situação destas e como socorrer uma pessoa em paragem cardíaca, aplicando manobras de Suporte Básico de Vida (SBV).
2. ANGINA DE PEITO
A angina de peito provoca uma dor ou desconforto no peito, resultante da deficiente oxigenação das células, provocada pela redução do fluxo sanguíneo para o coração, por norma, devido ao estreitamento ou bloqueio de uma (ou mais) das artérias coronárias. Por esta razão, os especialistas tendem a considerar a angina de peito, não uma doença, mas antes um conjunto de sintomas resultantes da má irrigação do coração, que pode – em alguns casos – anteceder um enfarte do miocárdio. A angina de peito pode ser estável ou instável:
Angina estável — caracteriza-se por uma dor no peito persistente e recorrente, frequentem em pessoas que fazem esforços físicos;
Angina instável — trata-se de uma dor no peito repentina ou mesmo a mudança no padrão da angina estável (já existente), que pode (como indicamos antes) ser um indício de um ataque cardíaco.
Entre os sintomas mais comuns da angina de peito (além da dor ou desconforto no peito) registam-se ainda dores nos braços, pescoço, queixo, ombro ou costas (acompanhada da dor no peito/coração), náuseas, fadiga, suores, ansiedade, tonturas ou falta de ar, por exemplo.
De salientar ainda que este tipo de problema é mais comum nas mulheres do que nos homens.
3. DISSECÇÃO DA AORTA
Dor repentina e intensa no peito ou na parte superior das costas (frequentemente descrita como se algo os estivesse a rasgar ou cortar) e que se alastra para o pescoço ou para a parte inferior das costas; desmaio; falta de ar; dificuldade súbita na fala, perda de visão, fraqueza ou paralisia de um dos lados do corpo (semelhante a um acidente vascular cerebral); suores; ou pulsação fraca num dos braços (em comparação ao outro braço) são os sintomas mais comuns de uma dissecação da aorta.
Esta é uma patologia grave e que ocorre quando existe uma rutura progressiva que se inicia na camada interna a aorta, levando à separação entre as camadas da parede da artéria. O que acontece é que, devido a essa separação, o sangue converge para a camada média da aorta, fazendo com que as camadas internas e médias se separem (a dita dissecação). Esta doença pode ser fatal, quando os vasos de sangue se rasguem na parte exterior da parede da aorta.
Em caso de verificação de algum dos sintomas associados à dissecação da aorta deve procurar, de imediato, assistência médica.
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4. ANEURISMA DA AORTA
Trata-se de um alargamento anormal da parede da aorta (geralmente numa zona debilitada). Dependendo da sua forma, podem tratar-se de aneurismas fusiformes (mais alongados, são os que se registam com mais frequência) ou saculares (mais pequenos que os anteriores e em forma de saco). Os aneurismas da aorta pode desenvolver-se em qualquer ponto da aorta, embora os mais frequentes surjam na zona abdominal (sendo denominados como aneurismas da aorta abdominal). Verificam-se ainda os aneurismas da aorta torácica (que se desenvolve na parte da aorta que passa pelo tórax).
Na grande maioria dos casos não há manifestação de sintomas, pelo que deve ter fazer um rastreio e diagnóstico médico, com frequência. Ainda assim, no caso dos aneurismas sintomáticos (em que o risco de rutura é superior), podem verificar-se dores abdominais crónicas ou complicações trombo-embólicas. A rutura manifesta-se através de dores lombares (que pode ou não ser acompanhada de dor abdominal), hipotensão e verifica-se a presença de massa abdominal pulsátil. Outros dos sintomas (os sintomas secundários) registados podem assemelhar-se aos de outras patologias como: ataque cardíaco, cólica renal, pancreatite ou cólica biliar, por exemplo.
Já no caso dos aneurismas da aorta torácica, entre os sintomas mais frequentes estão a dor na região do maxilar, no pescoço ou no peito, bem como a tosse e dificuldade em respirar.
Tendem a ser cinco vezes mais frequentes nos homens do que nas mulheres, sendo a sua taxa de incidência em idades mais avançadas. No entanto, pela sua gravidade (mais de 80% dos casos são fatais) convém estar atento aos sintomas.
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5. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Consiste no mau funcionamento do coração, que se revela incapaz de bombear o sangue necessário aos restantes órgãos. Este problema afeta maioritariamente a população mais velha. Entre os sintomas mais comuns verifica-se a falta de ar e cansaço (principalmente quando se desenvolvem atividades que requeiram esforço), dificuldade em dormir deitado (que provoca também falta de ar), pernas inchadas, ou – em casos mais graves - ruídos respiratórios, tosse, náuseas, palpitações, dores no peito, palidez ou excessiva, por exemplo.
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6. MIOCARDIOPATIA
Refere-se a alterações no músculo cardíaco que interferem com o normal funcionamento do coração. Ou – dito de outra forma – resulta da deterioração do miocárdio, impedido que se contraia normalmente. Pode ser:
Miocardiopatia dilatada – em que se verifica a distensão excessiva do miocárdio, que – devido ao aumento de tamanho – perde a capacidade de bombear de forma eficaz o sangue, originando uma insuficiência cardíaca.
Miocardiopatia hipertrófica – o coração aumenta de espessura e torna-se mais rígido, impedindo o relaxamento durante a fase de enchimento e criando resistência ao fluxo sanguíneo.
Miocardiopatia restritiva – caracteriza-se pela rigidez das paredes ventriculares (que podem não estar espessadas), criando uma resistência ao enchimento normal do sangue.
Dependendo do tipo de Miocardiopatia verificam-se diferentes sintomas. No caso, da Miocardiopatia dilatada, pode verificar-se uma frequência cardíaca acelerada, falta de ar (especialmente durante o esforço físico), fadiga, dor no peito, dificuldade em respirar em posição deitada (especialmente durante o sono), edemas nas pernas ou acumulação de líquidos no abdómen e pulmões.
Já no caso da miocardiopatia hipertrófica os sintomas registados incluem desfalecimento, dor torácica, palpitações devido aos batimentos cardíacos irregulares (que podem provocar morte súbita) e insuficiência cardíaca com dispneia.
Por último a miocardiopatia restritiva provoca insuficiência cardíaca com dispneia, arritmias e palpitações, bem como acumulação de líquidos nas pernas e abdómen ou falta de ar (em particular durante o esforço), por exemplo.
Com ou sem explicação, o mais importante é que perceba que com a saúde não se brinca, portanto se sentir alguma dor no coração (ou no peito), não tente autodiagnosticar-se. O melhor que tem a fazer é procurar assistência médica.
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